Devo eu a minha existência ao acaso?
Ou será o Criador um Pai ausente?
Terá sofrido a sua omnipotência um
atraso
Agonizando as dores da incerteza existente?
Mais uma vez no vazio afogar-me-ei,
A bruma do desespero o horizonte cobrirá
Vou pegar dúbia água da duvida e
brindarei,
À chama da fé que ontem apaguei.
Eu sei que nada alcançarei,
A outra face para o soco da verdade
darei.
Espero pelo fim do combate já derrotado,
No palco da vida finjo que em algo acreditei.
Se em Jesus não acreditar,
O que motivar-me-á a ser humano?
Se eu em Deus acreditar,
Como não sentirei algo Nele desumano?
Se nada existe além da sobrevivência
Onde se encaixa o pecado?
Do bem não poderá haver exigência,
Se o homem matar por estar esfomeado.
Preciso de algo em que acreditar…