Matéria, a que deves tu a tua
existência?
Suspira o espírito que na miséria
presa está…
Inaudível sopro divino do corpo
fez residência,
Ulula magnificência que na exígua
prisão persistirá.
Prisioneiros de nós mesmos,
Axioma indelével pela realidade ignorado…
Pungente escrava na escuridão dos
abismos,
Escrava da vontade de um corpo
apodrecido.
Tu disso és muito mais,
És fruto da consonância com o inconcebível…
A esta rocha que somos nós, não mais te entregais,
Estais além de nós, além do descritível.
Cansado do jugo do ódio faz-te fugitiva,
Concede-me esse refrigério e não mais voltais.
Acrimonia, dessa a minha alma é esquiva,
Evito ver-te nas mãos daqueles que da violência são pais.
A tua liberdade o meu regozijo encontrará,
Presciência de quem os ventos sabe escutar.
A tua emancipação tamanha ignomínia apagará,
Aquela que a avareza fez o mundo professar.
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