segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Espírito Emancipado


Matéria, a que deves tu a tua existência?          
Suspira o espírito que na miséria presa está…
Inaudível sopro divino do corpo fez residência,
Ulula magnificência que na exígua prisão persistirá.

Prisioneiros de nós mesmos,
Axioma indelével pela realidade ignorado…
Pungente escrava na escuridão dos abismos,
Escrava da vontade de um corpo apodrecido.

Tu disso és muito mais,
És fruto da consonância com o inconcebível…
A esta rocha que somos nós, não mais te entregais,
Estais além de nós, além do descritível.

Cansado do jugo do ódio faz-te fugitiva,
Concede-me esse refrigério e não mais voltais.
Acrimonia, dessa a minha alma é esquiva,
Evito ver-te nas mãos daqueles que da violência são pais.

A tua liberdade o meu regozijo encontrará,
Presciência de quem os ventos sabe escutar.
A tua emancipação tamanha ignomínia apagará,
Aquela que a avareza fez o mundo professar.

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